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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

HDs híbridos: uma tecnologia de futuro?


Em 2007, a Seagate e a Samsung demonstraram drives híbridos, um meio-termo entre os HDs magnéticos e os SSDs, onde um drive magnético regular é combinado com um grande cache feito de memória flash e um firmware especial capaz de tirar proveito dele para acelerar as operações de leitura e (em alguns casos) também de gravação. Na teoria, os drives híbridos oferecem alguns vantagens interessantes tanto em relação aos HDs regulares quanto aos SSDs, já que oferecem tempos de acesso mais baixos para dados frequentemente acessados (especialmente componentes do sistema operacional) e não apresentam os problemas de confiabilidade que afetam os SSDs mais baratos (baseados em chips MLC), já que o cache é sempre baseado em chips SLC, que apresentam uma durabilidade muito maior. Além disso, sendo em essência HDs magnéticos melhorados, eles também suavizam muito a questão do custo, já que podem ter vários terabytes de capacidade sem custarem um olho e um rim como no caso dos SSDs.


O grande problema com os HDs híbridos foi que a geração inicial de drives foi prejudicada pelo uso de chips de memória flash lentos e por problemas de firmware, que acabaram fazendo com que o ganho de desempenho em relação aos HDs magnéticos fosse pequeno demais para justificar a diferença no custo. Em resumo, todo HD possui um pequeno cache de memória RAM, que embora de capacidade reduzida, é bastante rápido, oferecendo ganhos consideráveis em muitas operações. Chips de memória flash são muito mais lentos, fazendo com que em muitas situações o pequeno cache de memória RAM encontrado nos HDs regulares oferecesse ganhos mais tangíveis que um grande cache de memória flash.

Outro problema foi a adoção do SSD Caching por parte da Intel, que ofuscou os HDs híbridos, oferecendo uma solução muito similar do ponto de vista prático. Em vez de pagar mais por um HD híbrido, você podia pagar por um pequeno SSD, que seria automaticamente usado pelo chipset Z68 (e sucessores) como um cache inteligente, armazenando 20, 40 ou 64 GB de dados frequentemente acessados.


A Intel investiu pesadamente em otimizações tanto no chipset quanto no firmware (criando até mesmo uma família de SSDs otimizados para a tarefa), o que resultou em ganhos tangíveis de desempenho. Na abertura de aplicativos e jogos, por exemplo, o sistema da Intel acaba oferecendo resultados similares aos de um SSD, embora por outro lado os ganhos sejam inconsistentes, variando de acordo com a frequência e a ordem com a qual os aplicativos são abertos, como reportado pelo Anand.

Apesar dos reveses, a Seagate insistiu no segmento, lançando recentemente a terceira geração de HDs híbridos, na forma do Seagate Momentus XT de 750 GB:


Ele é um drive de 2.5", voltado para o uso em notebooks, que combina um drive magnético de 750 GB com um cache de 8 GB, baseado nos chips mais rápidos de memória flash SLC que a Seagate conseguiu encontrar. Em resumo, é uma capacidade menor que você teria ao usar o SSD caching da Intel, porém com uma flexibilidade maior, já que o Momentus XT pode ser instalado em qualquer sistema, independentemente da configuração ou do chipset usado. Todo o gerenciamento do cache é feito pelo próprio drive, dispensando qualquer tipo de suporte especial por parte do sistema operacional.

Embora seja um drive de 2.5, os platters giram a 7200 RPM, garantindo logo de inicio um desempenho bem superior ao do da maioria dos drives de 2.5", que utilizam rotações muito mais baixas. A Seagate também melhorou a inteligência do firmware em relação aos drives com 500 GB e 4 GB de cache da geração anterior, tornando o drive mais esperto em relação ao que deve ou não ser armazenado no cache, levando em conta a frequência com que os arquivos são acessados, tamanho e latência de acesso. 

Embora o fato da memória flash não ser volátil ofereça uma certa tranquilidade em relação à potencial perda de dados, a Seagate optou por inicialmente utilizar o cache apenas para leitura, de forma que mesmo que algum dos chips de memória flash do cache falhe em algum ponto, não exista risco de perda de dados. O suporte ao uso do cache também para gravação foi prometido pela Seagate para os próximos meses através de uma atualização de firmware, mas mesmo que a promessa seja cumprida você terá que atualizar o drive manualmente para tirar proveito do recurso. Como a maioria dos usuários sequer sabe que HDs também precisam de atualizações de firmware, a atualização vai passar desapercebida para a maioria.

Em termos de desempenho, o Momentus XT é bastante interessante, oferecendo ganhos muito similares aos oferecidos pelo SSD caching da Intel. Estes números do ExtremeTech mostram um cenário ideal, onde o tempo de carregamento dos aplicativos fica bem próximo ao oferecido por um SSD:




O principal problema é que o ganho de desempenho vem acompanhado de um assalgamento do custo, com o Momentus XT chegando ao mercado por nada menos que US$ 245, um preço comparável ao de muitos SSDs de 256 GB. Em resumo, você tem o triplo da capacidade, em troca de um consumo elétrico muito mais alto e um desempenho bem mais inconsistente.

A conclusão é que o Momentus XT mantém o problema central das gerações anteriores de drives híbridos, que é o fato de ficar no meio do caminho entre o baixo custo dos HDs magnéticos e a performance dos SSDs, em um mercado que está cada vez mais polarizado entre os dois extremos. O aumento de preço dos drives magnéticos causados pelas enchentes em Taiwan podem beneficiar um pouco a Seagate, reduzindo a diferença entre o Momentus XT e os concorrentes magnéticos regulares, fazendo com que a empresa opte por manter o desenvolvimento da série, mas a longo prazo a tecnologia tende a ser abandonada em favor dos sistemas de cache baseados no chipset e no uso de SSDs. 

Isso explica o fato de apenas a Seagate estar investindo na tecnologia, e mesmo assim em apenas uma série de HDs, em comparação com as dezenas de fabricantes diferentes que estão investindo na produção de SSDs.

Fonte: clique aqui.



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